Não sei a quem terá alguma vez parecido boa ideia. Não consigo ver em que tipo de sala, de reunião, de debate de ideias, terá aparecido a ideia de convidar Mario Draghi para uma reunião do Conselho de Estado. O que sei é que a esmagadora maioria das pessoas - se não todas, não interessa - naquela conselho são inteligentes. E seguramente que levaram uma ensaboadela das velhas, em que nem Draghi já acredita, sobre "reformas estruturais", que ninguém sabe o que são, mercado de trabalho, que todos já viram que afinal funciona de forma diferente, e por aí fora. Com muito azar, ainda terão ouvido falar de "não transaccionáveis" (- Já poucos aqui se lembram disso, não é?). Mas o evento poderá vir a ter uma vantagem: a de confirmar que a política nacional e europeia passa ao lado das coisas que Draghi diz - ou é obrigado a dizer. No meio disto tudo, estou com alguma curiosidade de saber como os media, esse último bastião das hoje velhas, bem velhas ideias, irão falar da coisa. Apesar de velhas e desacreditadas, aquelas ideias podem um dia voltar. Aliás, já foram e já voltaram pelo menos três vezes na história europeia. História que Draghi conhece, como qualquer economista minimamente informado, mas de que não pode falar. Et pour cause.
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