O título pode ser enganador, mas é pouco provável. E pergunta: "E se os programas da troika tiverem sido mal desenhados?". Parece que isso foi discutido na última reunião dos bancos centrais do mundo, acolhida em Portugal. Mas há outra pergunta a fazer e é esta: - E se a ideia de programas de troika fosse uma má ideia? Parece que a aparentemente inultrapassável preocupação do BCE com a governação dos países menos desenvolvidos da zona euro não foi lá muito bem vista pelos seus interlocutores do outro lado da Atlântico, ou mesmo da Mancha. As troikas não vão voltar tão cedo, uma vez que, finalmente, o BCE fez o seu verdadeiro papel, o de financiar uma economia em risco de deflação, e a crise financeira começou a ser resolvida na base (falta resolver o resto). Mas haverá sempre alguém pronto para reanimar a ideia, num futuro mais ou menos longínquo, e era bom que, entretanto, o BCE se livrasse dela e se tornasse um banco central normal. Como curiosidade, números como os que o BCE usa para defender a intervenção de troikas servem para provar que, afinal, os países sob pressão financeira fazem menos "reformas" estruturais, do que quando em crescimento. Ou seja, dizem-nos, primeiro deve recuperar-se o crescimento, e só depois se deverá insistir nas tais "reformas". Quem vê que crescimento só pode ser feito com as ditas reformas não percebe esta frase. Seria bom que se fizesse, então, uma grande conferência sobre crescimento, talvez em Washington. Mas na sede da Reserva Federal, não na do FMI, para haver um mínimo de "contraditório".
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