As perguntas sobre governos em Portugal, neste momento, podem ser estas: será que o PS conseguiria fazer um governo sem ir buscar gente aos bancos e às grandes empresas? Mesmo a nível de secretarias de Estado? E será que conseguiria fazer um governo totalmente independente do Banco de Portugal? E afastaria a ideia de ter assessores ligados a interesses económicos, como o presente governo tem? Os bancos, as grandes empresas e o Banco de Portugal têm méritos, muitos méritos, mas não podem ter pontes para o Governo, pois este tem de ter autonomia para fazer as suas escolhas e tomar as suas decisões. Claro que o mundo ideal não existe, mas as aparências já são meio caminho. A propósito de uma instituição como o Conselho das Finanças Públicas, na recente conferência sobre o Estado, na Gulbenkian, o historiador económico Lars Jonung, presidente do conselho sueco, diz isto: estes conselhos têm de ser independentes, e não deve haver contactos informais com o Governo (ver aqui, p. 21). Isso é impossível de conseguir se se for buscar gente às instituições com as quais os governos não devem ter contactos informais.
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