Mas alguém acredita mesmo que houve, desde 2009, uma redução dos custos (unitários) do trabalho, na zona euro, de 12,8%, e que em Portugal ela foi só de 5,6%? Se foram esses os resultados, não houve ninguém que fosse ver de onde vem o erro? Ou, se não há erro formal, não há ninguém que mostre que há um erro de definição, dos próprios custos (dos impostos ou contribuições), das taxas de câmbio usadas, dos ponderadores? Está tudo em "groupthink" e não há ninguém na sala para fazer as perguntas certas? Quando só se pensa numa coisa - e os bancos centrais em toda a Europa assinaram um programa há uns anos para estudar o mercado de trabalho europeu e parece que mais nada têm feito desde então - são estes os resultados. Ou então estou muito enganado. Finalmente, com tudo isto, com todas estas comparações de baixa aqui, baixa ali, consegue-se finalmente chegar à conclusão de que esta coisa de pedir (!?) salários mais baixos é um altamente condenável e altamente proteccionista apelo a políticas de beggar-they-neighbor (isto é, de lixar o vizinho), que os manuais básicos de economia, a que muitos pelos vistos têm de voltar, condenam, desde o capítulo 4? O Banco de Portugal merece fazer melhor.
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