Agora é oficial. Já era esperado e notado por muitos. Mas os sinais agora são fortes demais para não serem reconhecidos por todos. O FMI mudou a sua perspectiva quanto à forma de combater a crise. Não foi uma mudança idelógica, descansem. Está tudo na mesma. Foi uma mudança política, decorrente da observação da economia internacional e das economias nacionais mais preocupantes. Tal com deve ser feito na política económica e financeira. Para 2011, Blanchard achava que a agenda mais importante era olhar aos défices públicos e às dívidas nacionais, soberanas ou particulares. Agora, já não acha. Agora, o que se diz, do lado do FMI, é que é preciso rescalonar as políticas de austeridade. Simples. São muitos os documentos sobre isso, e um sumário pode ser visto num dos blogues do Fundo. O governo português tem gente que está a receber as novas ideias, directamente ou através do Banco de Portugal - ou mesmo de alguns (poucos) gabinetes que estudam a economia portuguesa. E devia ser desde já avaliado por ter seguido a via da teimosia, que lhe dá pouco espaço e manobra. Mas precisa de mudar de políticas. Vai fazê-lo? A mudança não vai sair da vontade do líder, pois ele não sabe ou acha, porque lhe dizem, que não se deve mudar nada. A mudança tem de vir de outros sítios. De onde? Da pressão da oposição socialista? Não parece. Da rua? Também não, e espera-se que não seja muito por aí. A mudança terá de vir das sondagens que o governo andará a ler atentamente, como todos os governos fazem. Tudo o que se puder fazer para alertar a opinião pública é relevante. E é fundamental, se calhar, perceber porque é que as pessoas parecem não mostrar querer outra coisa. E perceber isso é muito difícil. Mas não impossível.
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