Quem diz que o Estado "controla" metade da economia, já se viu, está, como dizer?, a passar ao lado das coisas (a verdade é que o Estado redistribui entre 40 a 50% do rendimento das pessoas e empresas). E isso viu-se neste Carnaval. Aliás, viu-se também, porventura, uma grande diferença entre o Carnaval deste ano e a tentativa de Cavaco Silva acabar com ele, há quase 20 anos: então, a malta ficou aflita porque era menos sociedade e menos civil; desta vez não ficou, porque está tudo mais avançado. Optimismos meus. E foi bem-feita para o PM: quis dizer à troika que mandava e viu-se que nada, népias, muito pouco. Foi pior para ele e melhor para nós. São estas surpresas que não cabem nos "modelos de equilíbrio geral" que, afinal, servem para os bancos centrais estimarem taxas de juro de referência, e não "equilíbrios de ajustamento" ou quejandos. Claro que a vitória não está garantida pois para o ano podem voltar a insistir e a malta não terá paciência de lutar, já que uma sociedade civil a sério tem mais que fazer do que andar à luta com o estado; e arranjará outras formas de contornar o problema. Todavia, com a aproximação das eleições, o "estado" poderá ficar mais compreensivo. Está tudo em aberto.
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