Se calhar sou uma raridade porque nunca fui marxista e sempre fui um supply-sider (há boa e má economia, de facto, e a discussão sobre "ideologia" é para esconder a má): é que às vezes parece que sou o único assim que diz coisas que só o PC também diz. Deve ser do país. Se calhar é porque nunca pensei em trabalhar numa empresa e não circulo nos meios empresariais (a não ser de alguns amigos). Isto vem a propósito de quê? Vi ontem durante 1,5 minutos o debate no Parlamento sobre a taxação dos dividendos antecipados. Foi uma vergonha. Assis devia estar já de saída. Um deputado do PSD disse coisas que parecia que lhe estavam a ir ao bolso do pai. Tributar esses dividendos em 2010 dá desconfiança aos mercados? Mas estamos onde? E isto não é uma crise com cortes do rendimento disponível que deverão chegar, em média, talvez a uns 4-5% do mesmo? Vivemos em que época? Claro que o PS e o governo estão reféns de quem estão. Assim como o PSD. Quando se vão libertar? Precisam das empresas para financiar as campanhas? Não, felizmente estamos na Europa. Então precisam delas para quê? Respeitinho a mais é negativo, mostra coisas menos positivas. Ao mesmo tempo não vão aumentar o salário mínimo? Isto não é um debate sobre economia, é sobre decência. Do lado das empresas, não há muito a fazer. Não lhes podemos pedir que vão levar um pacote cheio de notas (ou de dividendos) ao Terreiro de Paço, na véspera do Natal. Mas ao menos que declarem que vão dar contribuições substanciais às suas fundações ou a "obras de caridade". Ao menos mostrem-se um bocado envergonhadas. O governo governou mal ao querer taxar os dividendos e ao não ter sabido antever que eles seriam antecipados? Ou terá feito de propósito? Terá havido "telegramas"?
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