Este é um post apressado e sem pormenores acertados. Mas a história é mais ou menos esta. Nos anos 1930, no auge do socialismo norte-americano, o governo resolveu criar duas instituições para ajudar ao crédito às famílias e às empresas e foram elas as companhias com os nomes estranhos de Fannie Mae e a Freddie Mac. Nos anos 1960, no auge do optimismo económico, elas foram transformadas em concessionárias de capitais privados. Entretanto acumularam um lugar cimeiro no mercado de crédito hipotecário. E foram responsáveis por uma parte considerável da recente crise do subprime. Ontem foram nacionalizadas pelo governo de George Bush. Interessante. Mas o mais interessante, é que o governador do BCE aplaudiu a iniciativa. Muito interessante mesmo, pois por cá não se tem feito nem metade do que se tem feito nos EUA para ajudar a combater a crise. Há dúvidas sobre a eficácia desses combates, claro que há. Mas também há certezas de que uma parte importante do que aconteceu nos EUA a seguir ao crash de 1929 se deveu à inoperância das autoridades monetárias. Algo que Ben Bernanke, presidente do FED, sabe bem, pois é um perito nessa matéria histórica. Quando vai Bruxelas acordar para o governo económico? Ainda vai demorar, claro. De qualquer forma, é melhor o mundo imperfeito que temos agora, com o BCE e Bruxelas sem capacidade de intervenção, do que o que tínhamos antes, sem BCE. Mas é preciso reconhecer este problema e começar a avançar para a sua solução. Uma última nota. Há proximidades entre a criação da dupla Fannie e Freddie, nos anos 1930, e a intervenção de Salazar junto da Caixa Geral de Depósitos. Também esta foi levada a ajudar a regular o mercado a partir dos anos 1930. Não foi privatizada nos anos 1960, todavia. E agora? Agora, desde que se mantenha independente ou, aliás, que ganhe ainda mais independência, do Governo, o melhor é deixar como está. Por alguns anos.
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