Reparei agora em outras palavras de Vitor Constâncio ditas ontem na audição na Assembleia da República, citadas no Jornal de Negócios: "Já em tempo de perguntas e respostas, o deputado social democrata Duarte Pacheco quis saber se o abrandamento económico deixa espaço para uma política de investimento público. 'Do ponto de vista macroeconómico, há investimentos públicos que se justificam', respondeu Constâncio". "O governador do BdP garantiu que o Estado tem capacidade financeira para participar em vários projectos (como é o caso do novo aeroporto de Lisboa e TGV) se estes forem realizados segundo o modelo de Parcerias Público-Privadas (PPP). No entanto, Constâncio alertou que nestes casos deve 'existir uma efectiva transferência de risco para o sector privado e devem ser conhecidos, desde o início, os encargos futuros'". É importante a nota quanto à "efectiva transferência de risco para o sector privado". Mas não foi também o Governador que disse a 16 de Maio passado que "não há margem para aumento do investimento publico"? (ver também aqui). Esta contradição pode ser apenas aparente e porventura resolvida. O que é preciso é chamar a atenção para a possibilidade de as novas declarações serem o início de uma fase de maior ponderação nas declarações de altos responsáveis quanto ao investimento público. O PSD virá a seguir? - pode ser que sim, pode ser que sim.
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